Você vota. Vota, pois, no Brasil, te
obrigam a isso. Não vota por opção, escolha ou vontade, faz isso devido ao
rotulo de “Obrigatório”. Após votar, você torce, por mais que não queria ter
votado, você torce, espera o resultado, vibra, grita e comemora (ou chora).
Sente aquele momento com se fosse o candidato, como se fosse da família.
Se seu candidato ganha, você pula,
sai na rua, faz carreata, toca a buzina e acha que foi fundamental para a
vitória. O problema é que, igual a você, muitos fizeram muito, até mais que
você, pois, geralmente, quem mais se “aloucura” (sim, aloucura é aquela coisa
de gritar, chorar copiosamente e fazer daquele momento um parto de quadrigêmeos
de mais de 8 quilos cada) ganhou algo, foi pago ou tinha segundas ou terceiras
intenções. Você, é, você mesmo, que chamou quem abraçou a candidato de
puxa-saco, que riu de quem queria apenas desejar boa sorte para o “seu
candidato”, você comemorou pois o bolso tava cheio, não pela simples motivo de
ver seu voto ser importante, por mais que tenha sido “obrigatório”.
Agora, se seu candidato perde, você
pula, não sai na rua, reclama das carreatas, manda calar as buzinas e acha que
foi injustiçado. É assim que funciona, o derrotado sempre acha que foi
injustiçado. Solta aquelas profecias: “Quem perde é a população”, “O povo não
sabe escolher”, “Perdemos um grande político”, “A população vai sofrer quatro
anos sem você, mas depois faremos justiça” e todas outras baboseiras. Faz parte
do jogo, perder é um das duas possibilidades na política, ou ganha, ou perde,
quem joga tem saber e quem participa do jogo, trabalhando ou “torcendo” também.
O grande problema das eleições é que,
hoje, em um país cada vez mais vendido, muita gente depende de fulano ou beltrano.
Muitas pessoas vivem da política e, por isso, sofrem mais do que o tal “político
derrotado”. Enfim, é isso, a eleição acabou e os vencedores são gloriosos e os
derrotas são...gloriosos também. Sem rusgas, profecias apocalípticas ou senso
de injustiçado. Daqui a quatro anos tem outra vez, outros vencem, perdem e, se
Deus quiser, será a sua vez de fazer carreata. E lembre-se, quem comanda uma
nação, não são os políticos: “É flor que quebra o muro, mão que faz o trabalho,
POVO QUE FAZ PAÍS”.
Ricardo Moura