terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mudando a ordem das coisas

   
   Não sei quanto será o jogo do Santos contra o Barcelona. Também não sei se o Santos é melhor que o Barcelona, muito menos se o Barcelona seria campeão do Brasil, caso disputasse a nossa peleja. A única coisa que sei é que domingo, nós, que gostamos de futebol, veremos um daqueles jogos que só são realizados no videogame. Agora, ele acontecerá.
   Desde pequeno escuto meu avô falar de times maravilhosos. Falou-se muito em Santos de Pelé, Botafogo de Garrincha, Palmeiras de Ademir e Flamengo de Zico. Todos os times com um craque soberano, equipes filhas de um pai genial. A equipe do Litoral Paulista era fantástica, venceu tudo, bateu adversários com facilidade, tudo isso, claro, com o talento do Rei. A Estrela Solitária foi tão grande como o Santos. Foi base da Seleção Brasileira, e teve mais jogadores de talento do que o Santos, todos regidos por um filho especial, Garrincha. A Academia também era assim. Também foi base de uma Seleção, revolucionou o futebol e conseguiu dividir a atenção do Estado, tudo isso com um craque acima da média, Ademir da Guia. O Rubro Negro foi montado em 1980, em nove anos venceu quatro brasileiros e uma Libertadores e um Mundial. Um time que está na história, regido por um jogador que rivalizou com Maradona o posto de melhor de seu tempo, Zico.
   Os times que meu avô fala, e que seu avô também deve falar, era conhecidos assim. Todos por um grande jogador. Os times venciam e marcavam tempo assim. O Paulista que Pelé venceu. O Carioca que Garrincha ganhou. O Estadual que Ademir levou. E o Mundial que Zico conquistou. Times com um dono, alguém que marcava o estilo da equipe.
   Os anos passaram e hoje vemos outra coisa. Vamos lá. Vimos o Palmeiras de Luxemburgo e da Parmalat, o Corinthians de Luxemburgo, o Palmeiras de Felipão, o Cruzeiro de Luxemburgo e o São Paulo de Muricy. Mudaram-se o valor. Antes o grande time era do craque, o Mundo mudou e passou a ser do treinador. O esquema tático passou por cima do talento individual. Lógico, todas essas equipes possuíam jogadores de talento impar, mas o esquema era maior que eles, a formação do time estava acima do talento. Dos tempos modernos, o único time que conseguiu quebrar essa risca foi o Vasco de Edmundo. A equipe, para quem se lembra, não priorizava o esquema. A tática era: “Temos o Edmundo, azar do adversário.”
   Essa geração que frequenta estádio está acostumada com isso. Times táticos, formados em centro de treinamento de alto nível, com jogadores fortes e vigorosos. Por isso, cada vez mais, as discussões tendem a ficar voltadas para a quantidade de volantes, se o zagueiro sai pra direita ou esquerda, se o meia vai ou volta e se o atacante abre ou fecha. Faltava um time dos tempos do meu avô. Sim, faltava, pois agora tem.
   Desculpe-me o Corinthians, atual Campeão Brasileiro, desculpe-me também o Vasco, sensação do segundo turno do ano, mas o Santos DE NEYMAR fez história. Como disse no começo, não sei se o Santos vencerá o Barcelona. Mas só de ver um time, feito de um jogador, baseado no talento de um atleta, isso já me faz sentar no sofá e acreditar que estou vivendo a juventude do meu querido avô.
   Vai lá Santos, vai lá Neymar, traz esse caneco pro Brasil, mas não se esqueça, lá, do outro lado, tem o Barcelona, sim, o Barcelona DE MESSI. Não será fácil, mas.....

“Vão lá e se divirtam, aproveitem a oportunidade rara que vocês têm de jogar contra esses caras. Façam melhor que eles. Por quê... o que se têm para fazer? Eles já jogaram contra todo mundo e ninguém da um jeito. É impressionante! Quem pode jogar contra esse time? O Santos de Pelé, o Flamengo de Zico e eu não sei mais quantos”, afirma Juca Kfouri, aconselhando os jogadores do Santos antes do jogo contra o Barcelona.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ele fez o que eu sonhei fazer. Valeu Ronaldo!

Quando pequeno, queria ser jogador de futebol. Imaginava o mundo aos meus pés, pessoas felizes com minhas vitórias, tristes com as derrotas e confesso, sempre que fechava os olhos, me via como protagonista. O sonho mais real era a Copa do Mundo. Não sei o motivo, mas sempre me pagava pensando em estar na final da Copa, com a camisa verde e amarela, fazendo dupla com o Ronaldo, recebendo um lançamento dele e marcando um gol. Sempre quis isso, mas não consegui.
Posso dizer que o mais perto disso que cheguei até hoje foi quando fiz um teste no Santos, quem me levou foi meu avô. Lembro como se fosse hoje, recebi a bola na entrada da área, na minha frente tinha um zagueiro, bem maior que eu, bem mais forte que eu, mas nem tão bom quanto eu (não, eu não era um craque, mas sabia o que fazer). Recordo-me que a bola caiu na minha perna esquerda, quando na verdade, a boa era a direita, eu joguei o corpo para um lado, joguei para o outro e puxei a bola para a perna boa, de bico, levemente, dei um pequeno chute e vi a bola entrar no cantinho. Um gol digno de final de Copa do Mundo.
Como aquilo era um teste, poucas pessoas vieram me abraçar no campo e 190 milhões de pessoas nem se quer souberam daquele belo chute, bem diferente do que eu havia sonhado. Mas impossível esquecer que após o gol, olhei para a pequena arquibancada ao meu lado e meu vô estava com os braços erguidos e um sorriso no rosto. Para ele, aquele dia, era tão importante quanto a final de uma Copa do Mundo, tão mais importante do que os do Ronaldo, Pelé e Romário. E eu, enfim, havia feito alguém feliz com o futebol.
Tudo isso escrito acima tem um elo importante com algo que marcou a minha vida nessa semana. Ronaldo entrou em campo com a camisa verde e amarela pela última vez. Não lembro quando vi esse homem pela primeira vez, não me recordo do primeiro gol e nem da primeira impressão que tive, diferente de Neymar e Ronaldinho, um por ser mais novo e outro por ser um mito, mas tenho que admitir, eu chorei com o bom e velho Ronaldo.
Quando eu disse que sonhava ser jogador, fazer gol na Copa do Mundo, ver as pessoas felizes, e cheguei a conclusão que só fiz isso uma vez e apenas com meu avô (que pra mim já valeu a vida), penso no Ronaldo. Esse homem, hoje gordo, fora de forma, desmotivado e cheio de dores, já fez 190 milhões de pessoas sorrirem juntas, pularem por um motivo único, se abraçarem, esquecerem dos problemas pelo menos por um segundo.
Ronaldo não foi o melhor jogador que eu vi em campo, não foi o melhor atacante e nem o mais hábil e goleador, mas foi sem dúvida nenhuma, depois de Pelé, o melhor atleta que já vestiu  a camisa da Seleção Brasileira. Após o Rei, ninguém fez tanto, foi tão grande e importante para o time do Brasil como o nosso R9. E confesso, no auge do meu conhecimento futebolístico, Neymar terá que ganhar muito, mas muito mesmo, para ser sombra do que o Ronaldo foi para esse País. Seja na bola ou na auto estima que o carequinha passava, a cada vitória ou volta por cima, era como se nós, brasileiros, mostrássemos para o Mundo que “Sou brasileiro e não desisto nunca”. Ele fez isso!
Portanto, podemos dizer que a história deve continuar. De Pelé para Zico. De Zico para Romário. De Romário para Ronaldo. De Ronaldo para......o tempo dirá.
Valeu Ronaldo, muito obrigado por me fazer sorrir muito nesses meus 24 anos de anonimato e sonhos.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Flamengo é foda, o resto é moda.

Esse blog serve para assuntos importantes. Mas hoje vou mudar a rotina. Depois de receber 76 mensagens no celular (sim, 76 mesmo), umas 30 ligações não atendidas, oito e-mails, muitos recados no twitter e ter chego no trabalho e encontrado um jornal com a foto do time sem tradição no meu computador, resolvi que pelo blog seria um bom local para dar minha resposta para essa gente que me ama.
Bom, vamos lá. Perdemos para o time do estado mais belo do País. Estamos fora da forte e disputada Copa do Brasil, mas cá entre nós, já temos duas dessas na nossa coleção e não precisamos de mais. Somos Flamengo, somos povo, somos favela e alto escalão da sociedade, e nada melhor do que dividir os títulos com os menores. Como já temos, abrimos espaço para Vasco, Avai, São Paulo, Ceará e Coxa lutarem pela taça.
Sobre o jogo de ontem, a nossa zaga está de brincadeira. Prefiro nem citar os nomes para não dar azar, mas os únicos que continuam no direito de viver depois de ontem foram Felipe e Leo Moura. Ronaldinho não jogou mal, não foi o cara do Barcelona, mas jogou. Deu o passe pro gol, deu dois passes que acabariam em gol se tivéssemos um ATACANTE e correu. O mais importante é isso. Ele está mostrando quer. Cabe uma reflexão: O Ronaldinho do Barcelona tinha 25 anos de idade. Esse tem 30. Outro corpo, outros objetivos, outros tudo. Não estou tirando o peso da derrota das costas dele, mas a culpa não pode ficar apenas nele.
O craque novamente foi Thiago Neves, genial, forte, habilidoso e fundamental. O resto foi resto. Sem esquecer que Negueba entrou e brincou com os do outro lado do Brasil.
Agora, sem muita viadagem, vamos levantar a cabeça e seguia vida. O Brasileiro já bateu na porta e dia 21 a gente pega o Avai. Precisamos de reforços para buscar a meta do ano, o Hepta. Se nego comemora nossa derrota pro Ceará, é pq tem medo do Hepta.
Como diz o clássico de Pagodinho e Wilson Moreira, Quem da paz se alimenta, se contenta com migalhas. Não se aflige e corrige as próprias falhas. Eu sou mesmo muito romântico e me sinto mais Flamengo hoje do que ontem. A derrota me deixa mais entregue, mais apaixonado e completamente louco por essas cores. Tenho dentro de mim um lado de perdedor que adora isso.
Para concluir, Santistas, Corinthianos, Palmeirenses e Bambis, todos me ligaram neh. Sabe pq me ligaram? Por um simples motivo, o Flamengo é foda. O resto é moda. E moda passa. Fuiiii