segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ele fez o que eu sonhei fazer. Valeu Ronaldo!

Quando pequeno, queria ser jogador de futebol. Imaginava o mundo aos meus pés, pessoas felizes com minhas vitórias, tristes com as derrotas e confesso, sempre que fechava os olhos, me via como protagonista. O sonho mais real era a Copa do Mundo. Não sei o motivo, mas sempre me pagava pensando em estar na final da Copa, com a camisa verde e amarela, fazendo dupla com o Ronaldo, recebendo um lançamento dele e marcando um gol. Sempre quis isso, mas não consegui.
Posso dizer que o mais perto disso que cheguei até hoje foi quando fiz um teste no Santos, quem me levou foi meu avô. Lembro como se fosse hoje, recebi a bola na entrada da área, na minha frente tinha um zagueiro, bem maior que eu, bem mais forte que eu, mas nem tão bom quanto eu (não, eu não era um craque, mas sabia o que fazer). Recordo-me que a bola caiu na minha perna esquerda, quando na verdade, a boa era a direita, eu joguei o corpo para um lado, joguei para o outro e puxei a bola para a perna boa, de bico, levemente, dei um pequeno chute e vi a bola entrar no cantinho. Um gol digno de final de Copa do Mundo.
Como aquilo era um teste, poucas pessoas vieram me abraçar no campo e 190 milhões de pessoas nem se quer souberam daquele belo chute, bem diferente do que eu havia sonhado. Mas impossível esquecer que após o gol, olhei para a pequena arquibancada ao meu lado e meu vô estava com os braços erguidos e um sorriso no rosto. Para ele, aquele dia, era tão importante quanto a final de uma Copa do Mundo, tão mais importante do que os do Ronaldo, Pelé e Romário. E eu, enfim, havia feito alguém feliz com o futebol.
Tudo isso escrito acima tem um elo importante com algo que marcou a minha vida nessa semana. Ronaldo entrou em campo com a camisa verde e amarela pela última vez. Não lembro quando vi esse homem pela primeira vez, não me recordo do primeiro gol e nem da primeira impressão que tive, diferente de Neymar e Ronaldinho, um por ser mais novo e outro por ser um mito, mas tenho que admitir, eu chorei com o bom e velho Ronaldo.
Quando eu disse que sonhava ser jogador, fazer gol na Copa do Mundo, ver as pessoas felizes, e cheguei a conclusão que só fiz isso uma vez e apenas com meu avô (que pra mim já valeu a vida), penso no Ronaldo. Esse homem, hoje gordo, fora de forma, desmotivado e cheio de dores, já fez 190 milhões de pessoas sorrirem juntas, pularem por um motivo único, se abraçarem, esquecerem dos problemas pelo menos por um segundo.
Ronaldo não foi o melhor jogador que eu vi em campo, não foi o melhor atacante e nem o mais hábil e goleador, mas foi sem dúvida nenhuma, depois de Pelé, o melhor atleta que já vestiu  a camisa da Seleção Brasileira. Após o Rei, ninguém fez tanto, foi tão grande e importante para o time do Brasil como o nosso R9. E confesso, no auge do meu conhecimento futebolístico, Neymar terá que ganhar muito, mas muito mesmo, para ser sombra do que o Ronaldo foi para esse País. Seja na bola ou na auto estima que o carequinha passava, a cada vitória ou volta por cima, era como se nós, brasileiros, mostrássemos para o Mundo que “Sou brasileiro e não desisto nunca”. Ele fez isso!
Portanto, podemos dizer que a história deve continuar. De Pelé para Zico. De Zico para Romário. De Romário para Ronaldo. De Ronaldo para......o tempo dirá.
Valeu Ronaldo, muito obrigado por me fazer sorrir muito nesses meus 24 anos de anonimato e sonhos.